sexta-feira

ALEPH.

Imagem: Harry Smith, Aleph Drawings, c. 1975

Depois de um estudo, e não mera leitura, de Regresso ao Admirável Mundo Novo, de Huxley (livro que virou uma espécie de Corão para mim, e que devido à impressão causada ainda não consegui escrever nada sobre ele) mudei um “pouco” a temática e li O Aleph, de Jorge Luis Borges (que nuança!).

Segundo o próprio Borges, O Aleph é um de seus livros mais importantes (Ficções é outro).

Percorrendo as páginas dessa brochura dividida em 18 contos (enigmático número) é impossível não reconhecer a genialidade do escritor e compreender o por quê.

Com uma facilidade incrível, te hipnotiza e leva a uma viagem por mundos ilusórios e distantes, cheios de figuras e personagens imaginários, para logo em seguida te trazer num supetão para a realidade. Experiência próxima de uma projeção astral (coisas de Matrix).

Destaco como impressionantes e de uma profundidade incrível os contos O Morto, Os Teólogos, Emma Zuns (essa mulher me deu medo. Aliás, todas dão), A Casa de Asterion, O Zahir (esse deixa louco), A Escrita de Deus (espetacular), Os Dois Reis e os Dois Labirintos, A Espera (vi na vida real), O Homem no Umbral (sempre me vejo diante do Umbral) , O Aleph e A Intrusa.

É impossível não mergulhar no próprio Ser e encontrar relações com algumas histórias. Ou, já ter visto suas personagens por aí, na vida real.

É minha indicação para quem gosta de belos contos, ricos em detalhes e cheios de mistérios.

Recomendo (essa dica vale para aqueles que, como eu, sofrem de TDHA) ler o mesmo conto pelo menos duas vezes. Ou, voltar ao início para resgatar algumas peças do quebra cabeça. E como vale a pena fazer isso. O conto ganha nova vida e o final um desfecho mais interessante.

Paralelo a tudo isso, outra recomendação é fazer uma pesquisa sobre o Aleph; não o livro em questão, mas “a letra hebraica e seus inúmeros significados”. Fará uma grande diferença conhecê-la antes de encarar as páginas de Borges.

Depois dessa leitura, não tenho mais dúvidas de que “o Aleph é a mais importante peça de um infinito quebra cabeças”.

Ótima leitura.

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